8 CONSELHOS PARA NÃO CRIAR UMA AMIZADE TÓXICA

Confira um manual para não ser um(a) amigo(a) tóxico(a) e para que suas relações em geral sejam mais saudáveis. Cada relacionamento deve ter os próprios limites combinados, mas esses que enumeramos são basilares e, obviamente, muitos estão fora dos clichês sempre citados por aí.

Pessoa tóxica é o termo utilizado para definir alguém que possui características ou atitudes que acabam transmitindo negatividade para a vida de quem está próximo a ela. São pessoas que não têm responsabilidade afetiva, que não colocam a empatia em prática e que não dão exatamente o que querem também receber – criando, assim, um mar de confusões mentais no outro.

Muitos relacionamentos amorosos, infelizmente, passam por este tipo de problema, seja por conta de um dos lados ou de ambos, mas isso também se encaixa em muitos outros tipos de relações: familiares, acadêmicas, profissionais e, principalmente, nas amizades.

Geralmente, as pessoas acabam agindo de forma tóxica sem que percebam e sem essa intenção. É importante fazer uma autoanálise e trabalhar para desenvolver mudanças interiores.


Pensando nisso, o NÃO ÓBVIO trouxe cinco conselhos para alertar e ajudar na reflexão sobre os seus comportamentos em uma amizade, para que não se torne o amigo tóxico da galera – ou para que repense as suas atitudes, caso esteja sendo um. Confira:

1. Entenda quando a pessoa estiver em uma fase de vida diferente da sua (e não force a barra para que ela continue sempre te acompanhando em tudo)


Todos passam por fases da vida onde precisam estabelecer algumas prioridades a fim de atingir um certo objetivo ou para não perder o que já conquistaram. Seu papel como amigo é compreendê-lo e respeitar a sua decisão.

Por exemplo, se você sabe que seu amigo agora precisa focar nos estudos, não force-o a ir para a balada contigo. Não insista para que ele faça uma viagem se ele estiver juntando dinheiro para realizar um sonho.

Além disso, entenda que ele não poderá estar sempre ali para te acompanhar e que ele também poderá passar por algumas situações em que ele não consiga fazer isso mesmo desejando.

Não cobre felicidade e animação se o seu amigo estiver de luto, assim como não é bacana pedir para que ele faça algo que fira o relacionamento amoroso dele em prol da amizade – mas, claro, também fique atento para aconselhar se sentir que a pessoa está passando por uma relação abusiva.

2. Busque entender o autoconhecimento do outro e respeite os limites que ele precisa seguir para ser feliz


Ajude nas descobertas, prioridades e no bem-estar mental da sua amizade: se ela descobriu que é importante para ela dormir cedo, deixe de lado as conversas pela madrugada, mesmo que isso te faça feliz. Faça pequenos sacrifícios que façam bem à ela.

Isso vale para essas pequenas coisas e também para diversas outras que envolvam os limites combinados dentro da relação de amizade em si.

Por exemplo, se perceber que é fundamental para ela saber quando você vai sair com outros amigos, não custa nada contar. Também não é doloroso deixar de fazer algum tipo de brincadeira com ela caso a pessoa demonstre que se incomoda com isso. Cumpra o que for combinado como básico na relação de vocês.

3. Não confunda intimidade com desrespeito


Uma amizade íntima se caracteriza pela relação e convivência tão fortes a ponto de conhecer a fundo uma pessoa e a sua vida, suas qualidade e defeitos, e ter uma liberdade maior para compartilhar pensamentos, ideias e planos.

Mas intimidade nunca deve ser confundida com desrespeito: apelidos e falas preconceituosas sobre as aparências físicas e críticas sobre a pessoa à terceiros não devem ser feitas nem em tom de brincadeira. É importante, também, respeitar o espaço e a privacidade do outro.

Jamais verbalize frases como “você ficaria ainda melhor se alisasse o cabelo”, “não acha que deveria emagrecer?”, “você veste cada roupa estranha”, “ela é minha amiga mas é muito dramática, não tenho paciência pra ela”.

Pense se o que você quer dizer vai resultar em um bem real para o ouvinte, e reflita se você ficaria feliz e/ou grato se recebesse este tipo de mensagem. Mesmo que algumas pessoas pareçam não se importar, lá no fundo muitas não se sentem bem em situações do tipo.

4 e 5. Tenha sempre empatia e construa alteridade


No dicionário, ter empatia significa saber se colocar no lugar do outro para sentir, pensar ou agir da forma como ela faria. É importante sempre estar praticando o termo durante a vida, principalmente em seus relacionamentos.

Prezar pela saúde mental dos seus amigos tanto quanto a sua é fundamental para entender os seus limites e respeitar as suas decisões. Jamais use chantagem emocional para fazer com que façam o que você quer e do jeito que deseja, e nem use algum dos seus pontos fracos contra eles mesmos.

A alteridade é ainda mais importante. É o lembrete de que a sua realidade e a do seu amigo são diferentes. A criação dele, os gostos, a vida financeira: todos esses pontos e muitos outros podem ter aspectos que sejam divergentes dos que ocorrem na sua história, e isso já pode mudar toda a percepção de vida do seu amigo.

Assim, é fundamental, não somente fazer por ele o que gostaria que ele fizesse por você, mas também lembrar que ele pode não agir de certas maneiras (ou agir de certas maneiras) por conta de bagagens que ele carrega. A melhor opção é sempre dialogar e deixar claro o que você acha correto, buscando, a partir disso, criar novos limites combinados e deixando claro o que você espera caso situações semelhantes ocorram.

6. Entenda que a pessoa tem outros amigos além de você


É super normal sentir ciúmes de alguém que você gosta muito. Mas tenha cuidado com os limites desse sentimento. Proibir alguém de ter uma amizade com outras pessoas ou acusá-la de estar “trocando a sua amizade” são atitudes erradas e de cunho tóxico.

Assim como você conhece e possui certo nível de amizade com algumas pessoas na sua vida, os seus amigos também têm. Se você sabe da importância deles na sua vida, nunca iria abandoná-los, certo? Portanto, isso não é motivo para que eles também te deixem de lado. Confie nos seus sentimentos e entenda o seu lugar nos corações deles.

Ao invés de se fechar para outros ciclos dos seus amigos, tente dar uma chance e conhecê-los. Vocês podem acabar encontrando mais semelhanças entre si do que imaginariam, e se dar muto bem após isso. Certamente, marcarão muitos programas em grupo no futuro e será divertidíssimo.

7. Lembre-se da reciprocidade a cada novo ato


Amizade é troca: de conversas, segredos, risadas, choros, sufocos, momentos, conquistas. De tudo. Sempre trate um amigo do mesmo jeito em que gostaria de ser tratado, e não esteja ali apenas pra pedir favores ou conselhos. Se ele está sempre ali quando você precisa, tenha tempo e paciência para ouvi-lo também.

Além disso, amizade não é uma corrida de conquistas, portanto é injusto querer sempre estar à frente dele e se gabar quando isso acontecer, nem quando for alguma coisa negativa. Cada pessoa tem o seu próprio tempo de evoluir.

8. Use e abuse da comunicação


Alguma coisa está te incomodando? Converse com seus amigos e exponha os seus sentimentos. Esteja aberto para ouvi-los e deixe-os sempre ciente de que podem fazer o mesmo com você. Resolver conflitos à base do diálogo é sempre a melhor solução.

Inclusive, saber pedir desculpas é uma atitude muito bacana e deve ser usada com frequência nessas situações. Afinal, o que vocês menos querem é estar de mal um com o outro, certo? Não deixe que o tempo passe e a pendência do assunto esteja ainda ali – pois mesmo que um de vocês tenham esquecido, isso virará a famosa “bola de neve” e uma hora ele virá à tona novamente, e podendo ser pior.

Este conteúdo foi escrito em conjunto com a editora-chefe do NÃO ÓBVIO: @vanessabrunt.

Autor: Stephanie Vasques • @omundoporste

Futura administradora, blogueira e viajante nas horas vagas, a Ste é apaixonada por tudo que envolva cultura. É dona do Não é Berlim, onde compartilha todas as suas experiências pelo mundo afora. E quando não está em alguma viagem, vira turista na própria cidade.

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