Ter menos pode ser ter mais. A frase pode até soar clichê para alguns, mas na prática a dificuldade de seguir um estilo de vida minimalista ou, ao menos, do consumo consciente, nunca é tão simples. A pauta já surgiu dentro da lista de 10 reportagens para cuidar cuidar melhor do seu bem-estar, que trouxe uma matéria especial sobre o tema escrita pela editora-chefe do NÃO ÓBVIO. Nela, inclusive, existe uma lista de canais do YouTube que dão dicas sobre consumo consciente e que foram indicados no final.
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Entender o que é um estilo de vida minimalista e como aderi-lo pode ajudar na quebra de paradigmas diversos, como o que traz a noção de que seguir o consumo consciente gera custos mais altos. A dor no bolso, na verdade, promete ficar menor, já que os produtos, por serem de mais alta qualidade, são adquiridos em menos quantidade, sem necessidade urgente de reposição.
Produzir menos lixo, saber a origem e a fabricação dos produtos e estar ciente sobre pautas socioambientais são algumas responsabilidades que o consumidor pode assumir. Além disso, é bom observar o que as autoridades estão propondo em relação ao meio ambiente e, assim, cobrar mudanças.
Como julho é o mês em que muitos aderentes do movimento lixo zero se unem para conscientizar a população sobre a necessidade de parar de consumir plástico, o NÃO ÓBVIO resolveu dar destaque ao tema.
Para quem está interessado em iniciar uma vida mais sustentável, o Julho Sem Plástico pode ser um dos momentos mais bacanas para encontrar novas produções sobre o tema e a seleção de dicas deixadas pelos canais de YouTube abaixo podem servir como ponta-pé.
1. Depilação é uma das grandes causas da poluição e já existem alternativas para combater
Em relação ao universo feminino, duas coisas precisam ser lembradas e debatidas quando o assunto é consumo consciente: menstruação e depilação. A depender de como cada mulher age nesses momentos, mais lixo pode ser gerado através de absorventes com muito plástico sendo descartados (por exemplo).
Já existe, porém, um movimento com alternativas de substituição para o absorvente descartável, que leva quase 100 anos para se decompor. Atualmente, existem coletores menstruais, absorventes de pano e calcinhas absorventes como opções para substituir o tradicional descartável. Mas e a depilação?
As ceras, na maior parte dos casos, são feitas de parafina, que é derivada do petróleo, principal indústria causadora de poluição no mundo. Quando não é este o caso, outra grande parte das ceras são vindas da exploração de abelhas, já que para uma abelha produzir 1kg de cera, ela precisa consumir 6kg de mel.
Quando a cera não é utilizada para as depilações, as lâminas, suas hastes e outros aparelhos descartáveis envolvidos também aumentam a quantidade de lixo que vai parar em aterros.
Ainda que tenha um movimento debatendo sobre a necessidade de se depilar ou não, a depilação é comum para muitas mulheres. Fica, então, a pergunta: como fazer de forma consciente e sem agredir o meio ambiente? Além de pontuar curiosidades sobre cada tipo de depilação, o canal Menos 1 Lixo trouxe dicas e alternativas para se depilar sem gerar resíduos.
☌ O canal Menos 1 Lixo já é renomado, tanto no YouTube quanto no Instagram. Para acompanhar o projeto e saber mais informações sobre redução de lixo, basta seguir @menos1lixo. Tenha acesso aos links de outras curiosidades aqui.
2. Nem todo rótulo de produtos sustentáveis é confiável
Talvez os que estejam mais familiarizados com o consumo consciente conheçam o termo greenwashing. Porém, para aqueles que ainda estão buscando informações e começaram a pensar sobre o assunto mais recentemente, este é um termo importante e não tão divulgado ao grande público.
Da mesma forma como no movimento feminista e no movimento negro há empresas que se apropriam do discurso e, no fundo, não apoiam a causa tanto assim, isso também ocorre com o consumo consciente.
O greenwashing, ou lavagem verde, é a prática de uma empresa pregar o discurso de sustentabilidade e, por trás, apoiar situações contra o meio ambiente. Ou, ainda, colocar no rótulo que um produto é livre de um aditivo químico e dizer que é um diferencial, sendo que, pela legislação, aquilo é uma obrigação.
O vídeo traz quatro situações sobre greenwashing para todos ficarem atentos e explica como isso ocorre e como, mais uma vez, precisamos ficar atentos ao que consumimos.
☌ O Modefica possui um site com dicas, notícias, podcasts e temas como moda, feminismo e veganismo. É possível acessá-lo aqui. Além disso, há o perfil no Instagram: @modefica
3. A moda é o segundo maior vilão e as soluções são várias
Talvez moda e sustentabilidade sejam duas palavras que juntas, a princípio, cause um estranhamento. Mas a indústria da moda continua sendo a segunda principal vilã da poluição, ficando atrás apenas da indústria do petróleo. Veja mais dados.
É possível, portanto, diminuir consideravelmente a quantidade de lixo causado através de uma utilização mais consciente de roupas e outros itens voltados ao tema. Afinal, você usa todas as roupas do seu guarda-roupa? Não há aquela peça que fica engavetada há anos e que nem lembra mais que estava ali até ter que arrumar o armário todo?
No vídeo, Giovanna Nader apresenta o conceito de Armário Cápsula: um mini armário que contém apenas peças versáteis, para que se utilize 100% das peças. O armário cápsula é inspirado no guarda-roupa de mulheres da década de 1930, que usavam cerca de 36 itens.
Giovanna Nader conta sua experiência ao se tornar adepta do projeto, dá dicas como desenvolver seu próprio armário cápsula e traz reflexões sobre a indústria têxtil, a quinta mais poluente do mundo.
Marcas de guarda-roupa compartilhado também fazem parte das soluções. Conheça uma e entenda melhor como funciona clicando aqui.
☌ Giovanna Nader é fundadora do Projeto Gaveta, festival de moda sustentável em que se troca roupas. É possível saber mais sobre o projeto no Instagram @projetogaveta e seguir a youtuber Giovanna em @giovannanader. Para aqueles que querem começar a ter uma vida mais sustentável e não sabem por onde começar, ela traz dicas simples e básicas nesse outro vídeo.
4. Saco de lixo também polui
O canal da youtuber Marieli Mallmann aborda diversas curiosidades sobre consumo consciente e um dos vídeos sobre o tema foi voltado para o estilo DIY (Do It Yourself), ou seja, seguindo a linha do faça você mesmo. A curiosidade fica para o fato de que, quando se trata da redução do uso de plástico nem todo mundo pensa sobre as sacolas de lixo. São elas que revestem as lixeiras e, como são feitas (na maior parte dos casos) de plástico, acabam gerando apenas mais poluição.
No tutorial, Marieli, comprometida com uma vida no estilo minimalista, ensina a fazer saco de lixo com jornal. Afinal, após a leitura das matérias, também é possível reaproveitar o produto de diversas formas, sendo uma delas: criando a sacola para a lixeira.
Então, a dica é: reaproveitamento. Da mesma forma como se reaproveita garrafas de vidro para uma decoração incrível, também é possível reaproveitar jornais para fins sustentáveis.
☌ Para maiores informações sobre uma vida mais minimalista, sustentabilidade ou curiosidades sobre a Marieli Mallman, é possível fazer a inscrição no canal dela ou segui-la no Instagram (@m_marieli).
5. O movimento lixo zero não é sobre mudanças demoradas e impossíveis
Pode parecer um conceito bem abrangente, mas nem todo mundo sabe o que é lixo zero e muitos ficam confusos com o termo. É possível não gerar nenhum lixo? No vídeo, o canal Casa sem Lixo explica que o movimento possui uma meta em que mais importa o caminho do que o objetivo.
A prática trata de um intuito ético em que a pessoa que assume vai para além dela mesma. O movimento visa pensar em todos ao redor. O vídeo explica também que é uma questão econômica. Afinal, o quanto de dinheiro público é investido em aterros sanitários?
A dica é: evitar desperdícios e ter consciência do que consome e do que se descarta.
☌ É possível saber mais sobre o Movimento Lixo Zero através do site do Instituto Lixo Zero Brasil. O instituto também atualiza o Instragram em @institutolixozerobrasil e o Casa sem Lixo em @casasemlixo. Veja também o site oficial.