A sensação de impotência que pode ser sentida ao nos depararmos com os incontáveis problemas no mundo é imensurável e compreensível, mas, como diz Vanessa Brunt, escritora e editora-chefe do NÃO ÓBVIO: “A dor faz parte de tudo. O que não faz parte é se acomodar com ela”. Então, é preciso lembrar dos imensos impactos de pequenas ações para valorizar o quanto é possível ajudar a melhorar – e quem sabe, até transformar – algumas realidades que estão por perto.
Para isso, não precisa investir muito dinheiro e nem ter tempo de sobra. Sabe aquela coisa de ser comprometido de verdade e realmente se envolver com um projeto social? Continua sendo verdade, mas não significa que isso vai ter um peso gigantesco na sua rotina. Pelo contrário. Colaborar com essas iniciativas é mais fácil (e recompensador!) do que você imagina.
Conheça a história de quatro projetos sociais baianos, saiba o que eles fazem e descubra como participar:
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1. Rotaract
Imagine um grupo de jovens, entre 18 e 30 anos, unidos com um único objetivo em comum: ajudar as pessoas. Agora, pense neste mesmo grupo com proporções gigantescas, à nível mundial. Basicamente, esta é a essência do Rotaract, uma organização que há mais de 50 anos integra um sistema global de serviços humanitários, o Rotary Club.
Apesar do Rotary ser de conhecimento de muitos, são poucos os que, estando de fora, têm noção da sua extensão para os mais novos. No grupo, os jovens se dividem entre atividades como em uma grande empresa: presidente, tesoureiro e assessoria para as redes sociais são alguns dos ‘cargos possíveis’. Dentro do sistema organizado, os participantes fazem reuniões (por vezes, online mesmo) para resolver quais serão os próximos projetos sociais, que são bastante variados – indo desde ajudar a saúde de crianças até dar suporte para adolescentes vestibulandos.
Só para se ter ideia da dimensão, atualmente, no mundo inteiro, são mais de 184 mil jovens participando do Rotaract, distribuídos entre sete mil clubes. Todos eles são completamente independentes, incluindo as partes administrativa e financeira.
O movimento começou na Bahia em 1933 quando o primeiro clube foi fundado em Salvador. Hoje, existem em atividade 51 clubes diferentes na capital. Fundada em junho de 2012, a sede soteropolitana que permanece em atividade atualmente foca, principalmente, em ações e projetos de cidadania, defesa de direitos, educação, arte e cultura. Mas vale lembrar que diversos bairros de Salvador possuem um clube próprio. Uma boa dica é pesquisar no Facebook: ‘Rotaract Salvador’. Itapuã, Itaigara e São Bartolomeu são exemplos de bairros que possuem clubes próprios.
Jovens, entre 18 e 30 anos, que resolveram se juntar com o objetivo de mudar o mundo para melhor. Hoje, eles são quase 200 mil.
Em uma das ações mais recentes, a organização soteropolitana arrecadou mais de 1.500 livros para o Colégio Estadual Professor Rômulo Almeida, possibilitando a inauguração da biblioteca da instituição.
A Rotary é uma organização internacional que, de tão engajada, torna-se quase um estilo de vida. Os membros são chamados de rotarianos. O lema deles é ‘seja a inspiração’ e o principal propósito é estabelecer a paz e fortalecer a empatia. Se isso já impressiona, outros números são ainda mais expressivos: são cerca de 1,2 milhão de rotarianos e 31 mil clubes, espalhados por 166 nações.
O grupo de jovens baianos costuma fazer rifas e outras ações para alcançar o dinheiro necessário para os eventos e suportes. Uma das formas de ajudar, portanto, além de entrar na própria equipe, é também ficando de olho para contribuir nas arrecadações.
Deu vontade de participar? Aqui na Bahia, a secretaria da Rotary fica localizada em Salvador (Av. Tancredo Neves 969, Edif. Metropolitan Center, Sala 907). Lá, é possível receber todas as informações necessárias para se associar ao projeto. Vale também dar um telefonema para: (71) 3341-1384 ou enviar um e-mail para rotarybahia@terra.com.br. Em Salvador, existem as redes sociais do Rotaract e é possível também entrar em contato por lá: Instagram.
2. Sementes do Bem
Plantando amor, colhendo sorrisos. Achou a frase poética? Pois é exatamente essa a mensagem principal que o grupo Sementes do Bem quer transmitir. Com cerca de 60 integrantes, o projeto social, que atua em Feira de Santana, tem como propósito levar alegria e espalhar afeto por aí.
Não existe regra. Qualquer forma de empatia vale a pena. No projeto, são realizadas desde visitas surpresas em hospitais, até abraços grátis, mensagens carinhosas e distribuição de doces. O importante é fazer alguém mais feliz.
Com mais de sete mil seguidores no Instagram e cerca de cinco mil no Facebook, o grupo está sempre realizando ações em instituições baianas. No último Natal, visitaram diversas escolas e distribuíram presentes para os alunos. Tudo isso, sem nenhum apoio financeiro ou patrocínio. Para arrecadar dinheiro, a Sementes do Bem comercializa uma camiseta com a logo do grupo, que custa R$ 30.
Se depois de ler esse texto bateu uma vontade de ajudar o grupo a espalhar esse amor por aí, que tal fazer parte? Caso não queira se associar formalmente, dá pra fazer doações de materiais, como tinta, bexigas e acessórios divertidos. Para maiores informações, ligue para o número (75) 99245-4540.
3. ABPA – BA
Dificilmente é possível sair na rua e não encontrar animais abandonados pelo caminho. São milhares cães e gatos doentes, passando fome, sede e, muitas vezes, sofrendo maus-tratos. O objetivo da Associação Brasileira Protetora dos Animais – seção Bahia (ABPA-BA), é resgatar o máximo de bichinhos dessa situação.
Fundada em 1939, a organização sem fins lucrativos é uma das pioneiras na Bahia. Ao longo dos anos, o trabalho se consolidou e expandiu, dando origem ao abrigo São Francisco de Assis. Lá, centenas animais recebem atendimento veterinário, alimentação adequada, vacinas, vermífugos e castração. Após todo esse processo, os pets são colocados para adoção.
Atualmente, o abrigo está superlotado e não possui condições adequadas para receber mais animais. Sem nenhum tipo de apoio governamental, o instituto sobrevive de doações – e elas precisam crescer para que o espaço volte a proteger cães e gatos necessitados.
Existem diversas formas de ajudar o projeto. Clique aqui e conheça todas elas.
4. Desabafo Social
Promover educação e debates sobre Direitos Humanos, questionar padrões racistas e incentivar a inovação política através de muito conhecimento. Tudo isso, usando a internet como principal ferramenta e produzindo conteúdos inteligentes a partir das novas tecnologias. Achou complexo? E é mesmo. Complexo e muito eficiente. Este é o Desabafo Social.
Tudo começou em 2011 e saiu da cabeça de Monique Evelle, jornalista e empreendedora soteropolitana. Não demorou para a iniciativa ganhar projeção nacional. Em 2014, ganhou o Prêmio Protagonismo Juvenil, concedido pela Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e Juventude.
Relembre a coleção de camisetas do Desabafo Social em parceria com a marca sustentável Euzaria, já indicada aqui no NÃO ÓBVIO.
Com o crescimento do projeto, a baiana passou a viajar nacionalmente para realizar eventos e ações relacionados à causa. Hoje, o portal tem mais de 50 colaboradores, padrinhos e madrinhas. Dentre eles, Taís Araújo, Lázaro Ramos, Sérgio Malheiros e Érico Brás.
Três outras iniciativas acabaram nascendo a partir daí, todas coordenadas por Monique: Fazedores BR, Redes Vivas e Inventividades. No Fazedores, a ideia é incentivar o estudo de Direitos Humanos e Produção de Mídias. Já o Redes Vivas atua na área de saúde, reunindo profissionais e promovendo ações de assistência nas periferias. Por fim, o Inventividades realiza workshops e premia projetos de economia criativa.
Quer incentivar o Desabafo, fazer sugestões ou participar de algum projeto? Basta ir até a sede (Rua Alagoinhas, 321, Rio Vermelho, Salvador) ou mandar um e-mail para contato@desabafosocial.com.br. Acompanhe também pelo Instagram.
EXTRA: TETO é uma organização que atua em 19 países da América Latina e busca superar a pobreza em que vivem milhões de pessoas nas comunidades precárias. O projeto constrói moradias (com suporte de profissionais) ou ajuda a melhorar a situação estrutural de onde moram os ajudados. Todas as ações são feitas por meio do engajamento comunitário e da mobilização de jovens voluntários e voluntárias. Em Salvador, também existe o grupo ativo da ONG e é possível participar acessando o site oficial.
Todas as fotos são reproduções de perfis do Instagram dos projetos.
Esta postagem contou com a colaboração de Vanessa Brunt, editora-chefe do NÃO ÓBVIO.