6 LUGARES PELO MUNDO QUE CELEBRAM O ANO NOVO DE FORMAS NADA ÓBVIAS

Festas que duram por mais de três dias, tradições que parecem um novo Carnaval, costumes culinários curiosos e muitos outros formatos são aderidos por diferentes países quando o assunto é a virada de ano. Não esqueça de usar fogos de artíficio apenas se forem silenciosos e venha conferir os fatos nada clichês sobre essas culturas e suas maneiras de comemorar o réveillon.

Vestir branco (ou outras cores que simbolizam os sentimentos desejados para o ano que está chegando), pular 7 ondinhas e abraçar estranhos ao redor desejando boa sorte podem ser costumes nacionais, mas nem todos os países comemoram assim a chegada de um novo ano.

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A tradição de celebrar a chegada de um novo ano na cultura ocidental começou quando o líder romano, Júlio César, fixou através de decreto o 1º de janeiro como o “dia do ano-novo” em 46 a.C. A introdução de um novo calendário no Ocidente, em 1582 – o calendário gregoriano, adotado pelo papa Gregório 13 no lugar do calendário juliano –, ratificou 1º de janeiro como o primeiro dia do ano. 

Outra curiosidade é sobre a origem do termo Réveillon, que deriva do verbo “acordar” em francês, e é usado em várias partes do mundo para descrever a festa de véspera de Ano Novo.

Ele surgiu no século 17, na França, e representava as festas da nobreza que aconteciam ao longo do ano. O Réveillon não tinha data para acontecer, mas com o declínio da nobreza francesa a palavra foi sendo adaptada para a festa de véspera de Ano Novo. 

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No Brasil a nobreza foi uma das que adotou o Réveillon, mas o sincretismo religioso característico do passado histórico do país fez com que as comemorações aqui adicionassem novos personagens, costumes e comidas às festas.

Por aqui, esse período do ano se consolidou como temporada turística e atrai milhões de pessoas para cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Fortaleza, destinos mais procurados do período e que, juntas, movimentaram no último ano cerca de R$ 5,6 bilhões de acordo com o Ministério do Turismo.  

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Pensando em todo esse simbolismo cultural e histórico, o NÃO ÓBVIO decidiu listar lugares ao redor mundo com celebrações de ano novo nada óbvias.

Confira e não esqueça de só utilizar fogos de artifício silenciosos:

1. África do Sul


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O país, além de oferecer as belas paisagens existentes no país, um povo acolhedor e uma cultura histórica magnífica, possui também uma celebração de ano novo cheia de peculiaridades e referências culturais e históricas pelo país. Lá, as festividades se estendem, durando até o segundo dia do novo ano.

Um exemplo de festa que segue as comemorações prolongadas é a Kaapse Klopse, ou Cape Town Minstrel Carnival – Carnaval do Menestrel da Cidade do Cabo, em tradução livre, que é realizada no segundo dia do ano. É comum ser chamada de Tweede Nuwe Jaar – ou “Segundo Ano Novo”, em africâner.

A festa tem origens históricas e remete a quando a África do Sul ainda era escravocrata. No dia 2 de janeiro, os escravos podiam descansar e nesse dia eles celebravam. Por isso, a data começou a ser marcada por festas com muita música e dança, ocasiões em que os escravos podiam se expressar como em nenhuma outra época do ano.

As festas de réveillon na cidade de Cape Town também possuem uma programação exclusiva com celebrações espalhadas por toda a cidade e com estilos diferenciados, que vão dos mais elegantes, até os mais populares.

2. Jamaica


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Com paisagens naturais, um povo alegre e sempre ensolarada, a Jamaica também tem uma forma diferente de receber o ano novo. Por lá, eles celebram a Watch Night, ou “Noite de Vigília”, em tradução livre.

A tradição teve início no dia 31 de dezembro de 1862, quando os escravos que viviam nos Estados Unidos se reuniram em igrejas para esperar que a Proclamação da Emancipação feita pelo então presidente americano Abraham Lincoln. Asiim, no país se popularizou celebrar a chegada do ano novo nas igrejas e em festas de rua. 

Os jamaicanos gostam de comemorar com missas e cultos especiais em igrejas como a Family Church on the Rock, que fica em Montego Bay, ou a Fellowship Tabernacle, em Kingston.

É muito comum sair das celebrações religiosas e ir  diretamente para festas de ano novo. Em Kingston, por exemplo, há a Harbour Fest and Fireworks, animada com muita música e agitação. Assim, na Jamaica as festas de final de ano possuem um equilíbrio entre as tradições históricas, religiosidade e cultura popular .

3. Japão


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A festa vai até o dia 3 de janeiro. As comemorações no país são marcadas por inúmeros rituais e cerimônias tradicionais. 

Diferentemente da China, que celebra o ano novo de acordo com o calendário lunar chinês, o Japão adotou em 1873 o calendário gregoriano como oficial. Isso significa que o ano novo, para os japoneses, é comemorado na mesma data dos países ocidentais.

As festividades começam dia 31, quando as pessoas fazem a primeira visita a um templo budista.

Um das tradições durante os festejos de fim ano é o Hatsuhinode, o costume de assistir ao nascer do sol, que é realizado no primeiro dia do ano pela maioria dos japoneses, um momento que eles aproveitam juntamente com a família e os amigos. Depois, uma nova visita a um templo que garante aos japoneses um Omikuji, um papelzinho como os encontrados nos “biscoitos da sorte” chineses.

Outra curiosidade é a realização do Hatsugama, a primeira cerimônia do chá do ano, os japoneses, bem como a variedade de jogos e brincadeiras típicas e uma culinária especial para esses primeiros dias de janeiro.

No dia 2, o imperador e sua família fazem sua primeira aparição em público, no Palácio Imperial, em Tóquio. O ritual se chama  Kokyo Ippan Sanga. Até o dia 3 o país decreta como um feriado nacional, chamado de Sanganichi.

No Japão, a contagem regressiva é feita por um ritual chamado de Joya no Kane, que consistem no ecoar de 108 badaladas de sinos. Eles tocam 107 vezes no período que precede o ano novo. A 108ª soa exatamente à meia noite.

De acordo com a crença budista, o número de badaladas representa os 108 pecados ou desejos mundanos do homem, e o tocar do sino serve para afastar esses desejos, a fim de que o homem possa entrar em um novo ano purificado. 

4. Tailândia


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No país das praias mais paradisíacas do mundo e na chamada “terra do sorriso”, os tailandeses comemoram o Songkran, ano novo tailandês, no mês de abril. Por lá as festividades acontecem em três dias seguidos, e em cada dia são realizadas ações diferentes, que simbolizam rituais para receber o ano que está por vir. 

No primeiro dia, os tailandeses limpam suas casas para mandarem embora as impurezas e também lavam as mãos das pessoas idosas com água perfumada. No segundo, os templos e as imagens de Buda são lavados com perfumes. Já no terceiro, as oferendas são levadas aos templos para pedir sorte para o ano que vai começar.

Outra festa muito interessante é a Festa das Águas, que simboliza um banho para se limpar das impurezas. A celebração acontece nas ruas e as pessoas jogam água umas nas outras, com baldes ou armas de brinquedo, ao som de muita música e agitação.

5. Birmânia (Myanmar)


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Os birmaneses celebram a passagem para um ano novo entre 12 e 17 abril com a festa Thingyan, um festival budista que dura entre 4 e cinco dias e acontece durante as festas de final de ano. A data do festival é calculada de acordo com o calendário birmanês. 

Durante a festa, muito barulho e alegria se fazem presente. Nas ruas acontece uma espécie de Dilúvio Universal, em que se joga água nas pessoas usando mangueiras e baldes. Segundo os locais, essa é uma forma de chamar a atenção dos deuses da chuva para que olhem para a região, trazendo uma boa temporada de chuvas. 

Outra característica é que os jovens expressam sua homenagem às gerações mais velhas lavando o cabelo dos idosos com shampoo e casca de feijão.

Por lá também é costume salvar um peixe de um tanque, para libertá-lo em um grande lago dizendo a seguinte frase: “Liberto-o uma vez, para que me libertem 10 vezes”. Esses simbolismos e tradições são realizados para pedir prosperidade, sorte e um ano tranquilo. 

6. Escócia


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O país de terras montanhosas e lar do monstro do Lago Ness celebra a chegada do ano novo com o Samhain, que é um antigo festival celta realizado para celebrar o fim da colheita e o início do ano seguinte. 

O festival é um antigo ritual de purificação pelo fogo, onde fogo, velas e fogueiras são atributos obrigatórios.

Quando o cristianismo foi adotado, o Samhain tornou-se o Dia de Todos os Santos e a noite anterior, o Dia das Bruxas. Nas cidades celtas da Escócia, Irlanda e Ilha de Man, a noite que dura de 31 de outubro a 1º de novembro até hoje é a que comemora o início do Ano Novo. 

Os escoceses também celebram o Hogmanay, que é uma maratona de eventos, shows, apresentações, bares, música em um exército de pessoas comemorando nas ruas históricas de Edimburgo, juntamente com a Procissão das Tochas e a famosa Festa de Rua de Edimburgo.

Na Escócia, até o dia 2 de janeiro é feriado nacional. O ano novo é comemorado com paixão e muita festa. o Hogmanay  é também uma oportunidade para reunir amigos e desconhecidos para celebrar. 

 O país possui algumas tradições estranhas e curiosidade sobre o ano novo escocês. Confira as principais;

  • Na semana de ano novo os vizinhos visitam a casa um dos outros, levam bolo, biscoitos e whisky. 
  • O festival Hogmanay tem muito fogo e fogueiras. As tradições Vikings e pagãs fazem parte da comemoração do ano novo em Edimburgo, os antigos acreditam que o fogo é sinal de purificação.
  • Quando os fogos de artifício explodem no céu você vai ver vários Escoceses de mãos dadas, dançando e cantando uma canção tradicional. Eles estão recitando o poema Auld Lang Syne de Robert Burns. A letra fala sobre a importância dos velhos e novos amigos .

Autor: Jorge Barretto • @jorge_barretto

Jornalista, leitor, escritor, sonhador, viajante e amante da vida. Expresso minhas inquietudes em rabiscos aleatórios que as vezes viram textos. Um ser em constante aprendizado e que busca novas vivências não convencionais (e convencionais também). Cultura contemporânea, arte, livros, música, lifestyle e comunicação são alguns dos temas ecoam em mim.

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